
O volume de consumidores com contas em atraso
segue elevado em todo o país, refletindo o quadro de dificuldades das
famílias. No último mês de setembro aumentou em 3,9% a quantidade de novos
inadimplentes na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados
são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de
Proteção ao Crédito, a partir das bases as quais ambas instituições têm acesso.
Em número absoluto, estima-se que cerca de 62,4 milhões de brasileiros
estejam com restrições ao CPF, o que representa 40,6% da população
adulta acima de 18 anos.
Se
na comparação anual houve um aumento de brasileiros com contas atrasadas, na
comparação mensal a inadimplência apresentou ligeira queda. Na passagem de
agosto para setembro, sem ajuste sazonal, quantidade de pessoas
inadimplentes ficou praticamente estável, com variação de 0,1%. Para o
presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a inadimplência continua alta no país.
“O desemprego permanece elevado e a renda não superou os patamares anteriores à
crise, prejudicando o orçamento e a capacidade de pagamento dos consumidores.
Esse quadro deve só deve ser revertido com a melhora do mercado de trabalho, o
que exige por sua vez uma recuperação econômica mais vigorosa”, explica o
presidente.
Inadimplência entre idosos avança
10,0%. Mais da metade da população na faixa de 30 a 39 anos está negativada
O
indicador revela que o aumento mais acentuado da inadimplência acontece entre a
população mais velha. Na comparação entre setembro de 2018 e setembro do ano
passado, houve um crescimento de 10,0% na quantidade de inadimplentes
entre 65 e 84 anos. Em número absoluto, estima-se um total de 5,4 milhões de
consumidores com o CPF restrito nessa faixa etária.
Considerando
os brasileiros de 50 a 64 anos, a alta no número de negativados foi de 6,2%,
com 12,9 milhões, e na população de 40 a 49 anos foi de 4,9%, com 14 milhões de
inadimplentes.
Os
dados apontam ainda que a maior parte dos inadimplentes (51,5%) permanece
na faixa dos 30 aos 39 anos. São 17,7 milhões de pessoas que não conseguem
honrar seus compromissos financeiros. Na população mais jovem, os números
também são expressivos: 7,7 milhões de inadimplentes entre 25 a 29 anos e 4,4
milhões com contas atrasadas têm entre 18 e 24 anos.
Na
avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o fato de os
idosos estarem tendo cada vez mais acesso a linhas de crédito acaba levando à
inadimplência nessa faixa etária. “Com o aumento da expectativa de vida, a
população idosa participa cada vez mais ativamente do mercado de crédito, com
um leque maior de produtos e serviços voltados para esse público específico.
Isso eleva o número de potenciais consumidores nessa faixa etária, assim com o
número de consumidores que eventualmente caem na inadimplência”, analisa.
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