O
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na ultima quinta-feira (1º) a
saída de seu país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, mas prometeu
negociar um retorno ou um novo acordo climático em termos que considere mais
justos para os americanos. Ele disse que o atual documento traz desvantagens
para os EUA para beneficiar outros países, e prometeu interromper a
implementação de tudo que for legalmente possível imediatamente.
O acordo, assinado em Dezembro 2015 durante a cúpula da
ONU sobre mudanças climáticas, COP 21, prevê que os países devem trabalhar para
que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC em
relação aos níveis pré-industriais.
O ex-presidente Barack Obama, que havia assinado o
tratado em 2015, imediatamente reagiu dizendo que a administração Trump rejeita
o futuro com essa retirada.
A saída dos EUA, segundo maior produtor mundial de gás de
efeito estufa, pode minar o acordo internacional, o primeiro da história em que
os 195 países da ONU se comprometem a reduzir suas emissões.
Ao assinar, Washington tinha se comprometido a reduzir em
28% sua produção de gases de efeito estufa, além de transferir cerca de US$ 3
bilhões (cerca de R$ 9,6 bilhões) para países pobres como forma de ajudá-los a
lutar contra as mudanças climáticas.
Na quarta-feira (31), Trump publicou uma mensagem em sua
conta no Twitter na qual dizia que iria anunciar “a decisão sobre o Acordo de
Paris nos próximos dias”, seguido pelo slogan da campanha eleitoral de 2016
“MAKE AMERICA GREAT AGAIN!” [Deixar novamente grande a América, na tradução em
português].
Antes de ser eleito, Trump descreveu em várias ocasiões o
aquecimento global como uma enganação criada pela China para prejudicar as
empresas americanas, e anunciou que iria “cancelar” o Acordo de Paris nos
primeiros 100 dias após sua posse.
Uma decisão necessária, segundo ele, para favorecer as
empresas petrolíferas e produtores de carvão dos EUA, e dessa forma garantir
mais crescimento econômico e a criação de novos empregos. Depois de tomar
posse, Trump anunciou que teria estudado o acordo antes de tomar uma decisão
sobre o assunto.
O presidente norte-americano tem poderes suficientes para
retirar os EUA do tratado. Isso porque o texto foi denominado “acordo” para
permitir que Barack Obama pudesse utilizar seus poderes presidenciais para
ratificá-lo sem pedir a permissão do Congresso, então controlado pelo Partido
Republicano, hostil a qualquer redução das emissões de poluentes. Por esse
motivo, a delegação dos EUA foi obrigada a negociar por muitas horas sobre essa
complexa linguagem jurídica no dia da assinatura do documento. Fonte G1
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