Em outubro, as micro e
pequenas empresas do país abriram mais de 73 mil novos postos de trabalho,
melhor resultado para o mês nos últimos cinco anos, segundo levantamento feito
pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com
base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da
Economia.
De acordo com o Sebrae, os pequenos negócios foram o único
segmento a gerar novos empregos com carteira assinada em outubro. As médias e
grandes corporações (MGE), por sua vez, tiveram saldo negativo de 2.119
empregos. Na administração pública o saldo também foi negativo, com a dispensa
de 427 trabalhadores.
Uma dessas empresas que abriu novas vagas em outubro foi a
Biosolvit, uma startup da área de biotecnologia aplicada especialista em
remediação ambiental. Em entrevista à Agência Brasil, o fundador da empresa,
Guilhermo Pinheiro de Queiroz, contou que, no mês passado, sua empresa
contratou mais três pessoas. Para o ano que vem, ele estima contratar mais 50
pessoas. No entanto, diz ele, o número poderia até ser maior, se o cenário
econômico brasileiro fosse melhor. “O ambiente econômico está desfavorável para
todos, inclusive para as startups. Se estivéssemos em um ambiente favorável, as
startups estariam contratando muito mais. A questão é que as startups, por
definição, já crescem mais do que o normal. Isso é uma premissa de um modelo
inovador”, falou.
De janeiro a outubro foram abertas 752,4 mil vagas em todo o
país, o que corresponde a dez vezes mais que o saldo de empregos gerados pelas
médias e grandes empresas e 10,5% superior ao saldo registrado pelasno mesmo
período do ano passado. A expectativa é de que esse ano sejam geradas mais
vagas nas micro e pequenas empresas do que em 2018. “Nossas pesquisas mostram
que o empresário de pequeno negócio está retomando a confiança e o otimismo com
a economia e isso se reflete na contratação de empregos. A proximidade com o
Natal também já começa a aquecer o surgimento de vagas, principalmente no comércio
e nos serviços”, disse Carlos Melles, presidente do Sebrae.
Comércio
No mês passado, os pequenos empresários do ramo do comércio
foram os líderes da geração de emprego, sendo responsáveis pela criação de 32,5
mil novas vagas, seguidos pelos empresários do setor de serviços, com a criação
de 22,8 mil postos de trabalho. Já os negócios relacionados à construção civil
e à indústria de transformação geraram, respectivamente, 10,9 mil e 10,5 mil
empregados. No acumulado do ano, o setor de serviços responde pela abertura de
408,8 mil vagas, seguido pelo setor de construção, que criou 121,7 mil vagas no
ano.
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