Uma operação conjunta envolvendo o Núcleo de Inteligência da Polícia (NIP) e a Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur) prendeu uma das mais perigosas quadrilhas de arrombamento de caixas eletrônicos do Brasil. Os assaltantes foram presos no começo da tarde deste domingo (2) logo após se hospedarem em um hotel na orla de Ponta Negra, zona sul de Natal.

O delegado Raimundo Rolim, chefe do NIP, afirmou que a quadrilha pretendia arrombar caixas eletrônicos do Banco do Brasil e do Banco Real localizados na avenida Prudente de Morais e outra agência do BB na avenida Rio Branco.

Segundo informações obtidas pela polícia, o bando já tem passagens pelas polícias da Paraíba, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Santa Catarina e Paraná. "Este é um grupo altamente perigoso", afirmou Rolim. Foram presos na operação Ismael Oslom Waechter, 23, Arildo Simiondi,39, José Marcelo Alberton, 26, e Jackson Luís Ponath, 35, apontado como o líder da quadrilha e que estava usando documento falso com o nome de José Nazareno Santos Trindade. Além dele, há suspeita que outro acusado esteja usando documentação falsa.

Os policiais que trabalharam na operação tiveram a informação que dois deles chegaram a Natal na quarta-feira e a outra dupla na sexta-feira da semana passada. Neste período já teriam monitorado os possíveis alvos de arrombamento na capital potiguar.

A delegada Sheila Freitas, titular da Defur, disse que teve conhecimento da chegada da quadrilha no sábado e, desde então, os policiais estavam atentos para realizar a prisão. Ela confirmou que Jackson Ponath tem mandado de prisão em aberto também por furto. “Eles eram conhecidos como os ‘irmãos Ponath”, disse.

O comentário da delegada se baseia no fato de Jackson ter um irmão, identificado como Paulo Roberto Ponath, que agia nos arrombamentos com a quadrilha. “Ele foi preso há uns quatro meses em Recife e agora está preso no Rio Grande do Sul”.

Além da prisão dos quatro, os policiais também apreenderam objetos utilizados para arrombar caixas eletrônicos como maçaricos, pé-de-cabra e acetileno. A polícia ainda não sabe de que forma eles trouxeram o material para Natal.

Todos os acusados foram encaminhados para a Defur onde foram autuados por formação de quadrilha e tentativa de furto. “Dois também foram autuados por uso de documento falso”, completou Sheila Freitas. Cada assaltante foi levado para uma delegacia diferente. “Vamos deixá-los separados para dificultar qualquer comunicação entre eles”, explicou Sheilla.

Na operação desencadeada neste domingo houve apoio da Delegacia de Prevenção e Repressão ao Roubo e Furto de Pernambuco, pois há informações que tenham envolvimento em alguns arrombamentos a caixas eletrônicos em cidades pernambucanas. “O pessoal de Pernambuco nos pediu exames das (impressões) digitais dessa turma para que possam checar se foram eles que praticaram esses crimes lá”, concluiu Raimundo Rolim.
Outro “irmão Ponath” foi preso em abril passado

Paulo Roberto Ponath, 38, foi preso em Recife no dia 5 de abril deste ano junto com Rafael Luiz Rosa, 24. Eles também eram suspeitos de arrombar agências bancárias e foram detidos quando tentavam mais uma empreitada criminosa. Dessa vez, o alvo era a agência localizada na avenida Caxangá.
DivulgaçãoPolícia suspeita que pelo menos dois dos acusados utilizassem identidades falsasPolícia suspeita que pelo menos dois dos acusados utilizassem identidades falsas

Além dos dois, a polícia tem informação que Jean Carlos Borges, 30, que é irmão por parte de mãe de Paulo Roberto escapou do cerco policial, pois ficou do lado de fora do banco enquanto os outros dois estavam dentro da agência. Há informações que Jackson também estava nessa tentativa de arrombamento.

O trabalho em cima dos “irmãos Ponath” teve início no final de fevereiro após a polícia obter e analisar imagens do circuito interno de câmeras de uma agência bancária, em Paulista. Nelas, Paulo e Rafael aparecem vedando os sensores de luz e movimento que acionavam os alarmes.

A partir daí começava a engenhosa operação para arrombar os caixas com o uso de ferramentas importadas em um trabalho que durava, no máximo, 50 minutos.

Segundo informações da polícia de Santa Catarina, os “irmãos Ponath” são remanescentes da “velha guarda dos caixeiros joinvilenses”, que praticam este tipo de crime desde a década passada.

FONTE - TRIBUNA DO NORTE