A administração pública estadual caminha para o colapso em relação a prestação de serviços essenciais à população do Rio Grande do Norte, caso o governo Rosalba Ciarlini não chegue a um acordo com algumas categorias de áreas importantes, como educação e segurança, que reivindicam melhorias na carreira profissional. Os professores estão em greve desde segunda-feira (02) e ontem, os policiais civis votaram por paralisações de advertência na próxima semana.

Diante da insatisfação com o governo estadual relacionado, por exemplo, a não implementação do piso salarial nacional da categoria, os professores mantém a greve por tempo de indeterminado. A pauta de reivindicação apresentada ao governo trata dos dois planos de carreira - o dos funcionários e dos professores -, enquanto o governo já emitiu nota em resposta que não tocou no principal ponto da pauta, segundo a categoria: a revisão do Plano de Carreira do Magistério e a tabela salarial.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte-RN) continua, hoje, com o mapeamento do movimento no interior e na capital. Já a partir das 9 horas da próxima segunda-feira, dia 9, ocorrerá uma plenária de organização greve.

Segundo o Sinte, na Regional de Caicó, das 14 escolas de Ensino Fundamental existentes, 13 aderiram à greve. Com isso, 90% dos trabalhadores estão paralisados. Na regional de Ceará Mirim não houve paralisação no Ensino Fundamental, mas de forma geral 90% de escolas também estão em greve. As regionais de Touros e de São Tomé também seguem fazendo o trabalho de paralisação. A expectativa da coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso é de que até hoje a paralisação atinja 90% da rede estadual de ensino. Em Mossoró, informa o Sinte, o índice de adesão à greve é de mais 90%. A coordenador jurídica do Sinte, Vera Messias, disse ontem que se tentou uma audiência ontem com o governo, “mas só ficou na conversa”.

A secretária Estadual de Educação, Betânia Ramalho - quando questionada sobre um possível pedido de ilegalidade da greve - disse que essa era uma decisão da área jurídica do Estado e que não há conversas que apontem para um possível corte de ponto dos professores e servidores que estejam fazendo greve.

Policiais querem implantação de Plano de Cargos e Carreira

Os agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Norte decidiram, em assembléia realizada ontem à tarde, realizar uma paralisação de advertência nos próximos dias e 12, a fim de pressionar o governo estadual a implementar o plano de carreira previsto pela lei 417/2010.

O primeiro vice-presidente do Sindicado dos Agentes da Policia Civil (Sinpol), Djair Oliveira, disse que a categoria volta a trabalhar normalmente no dia 13, mas permanece em assembléia permanente, já que votaram pela deflagração de uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 17, “caso o governo não atenda as nossas reivindicações”. Djair Oliveira disse que o comparecimento dos agentes à assembléia de ontem, na sede do Sinpol, foi bastante concorrida.

A decisão dos policiais decorre em função do Governo do Estado, segundo o Sinpol, não ter feito a implantação do enquadramento nos níveis para as carreiras de Agentes e Escrivães da Polícia Civil, que deveria ter sido implantada em abril deste ano, e que vem gerando prejuízo financeiro ao conjunto desses servidores.

O Sinpol ainda alertou que o enquadramento dos agentes e escrivães da Polícia Civil também permitiria a categoria receber os vencimentos já com a nova tabela salarial, que passará a vigorar em Maio/2011.

Além disso, o Sinpol colocou na pauta de reivindicações, algumas exigências históricas, como: retirada total dos presos das delegacias de Natal e do interior, a substituição das “quentinhas” pelo vale-refeição, coisa que já foi implementada na PM. Também reivindicam serviço de limpeza para as delegacias, regulamentação do livre acesso dos policiais aos locais sujeitos à fiscalização da Polícia e nomeação dos concursados de 2009.

Auditores cobram ao governo pendências salariais

O Sindicato dos Auditores Fiscais do Rio Grande do Norte (Sindfern) também cobra do governo algumas “pendências”, diz a sua presidente, Marleide Macedo, que chegou a ter uma audiência com o chefe do Gabinete Civil do governo, Paulo de Tarso Fernandes. Ela informou que o Sindfern ficou de prestar informações a Paulo de Tarso Fernandes sobre a promoção que foi publicada no dia 26 de janeiro de 2010 e que até hoje “não teve implantada a sua parte financeira”, beneficiando 222 auditores fiscais que tinha ficado de fora de promoções anteriores.

“A coisa vinha se arrastando, não se fez a implantação financeira administrativamente e já estamos na fase de execução judicial”, disse a presidente do Sindfern, que tenta, mais uma vez, uma saída administrativa para o caso, de forma que os auditores fiscais não passem a depender de precatórios para começar a receber os ganhos financeiros provenientes da promoção.

Marleide Machado disse que a categoria não votou nenhum indicativo de greve na assembléia realizada em 28 de abril, mas afirmou que “se o governo não der nenhuma resposta positiva”, existe a possibilidade da categoria antecipar uma assembléia para antes do dia 16 de junho, quando o Sindfern faz uma assembleia ordinária. Nos próximos dias 12 ou 13 de maio, o Sinfern volta a se reunir com secretário Paulo de Tarso Fernandes.
FONTE-TRIBUNA DO NORTE