A polícia prendeu mais dois suspeitos de participação na tentativa de roubo a um carro forte na cidade de Monte Alegre, distante 34 quilômetros de Natal. Com essas prisões, já são três suspeitos detitos após o tiroteio que parou a cidade na tarde desta quarta-feira (18). Todos suspeitos são paraibanos.

Ainda na tarde desta quarta, já havia sido preso Izaqueu Ramos da Silva. As diligências continuaram durante a madrugada e os policiais conseguiram capturar ainda Ivanildo Domingos da Silva e Erivan Pereira de Souza. Todos serão ouvidos pela equipe da Divisão Especializada em Investigações e Combate ao Crime Organizado (Deicor) na manhã desta quinta-feira (19).

O crime
Por volta das 12h40 desta quarta, a quadrilha (a polícia não informou com precisão se foram seis ou oito homens) com armas de grosso calibre, em um gol prata de placas CMF 5246 de Mamanguape (PB) e em duas motos chegaram à cidade e atiraram contra três policiais militares que estavam na frente do prédio da Guarda Municipal da cidade (local onde funciona também o batalhão da PM).

Segundo os policiais que estavam no local, o objetivo da quadrilha era roubar o carro forte que estava chegando à cidade para abastecer a agência do Banco do Brasil. Agentes penitenciários que estavam no fórum fazendo a guarda de dois presos que eram ouvidos em uma audiência ao perceberem o tiroteio também atiraram contra os bandidos. Os criminosos fugiram do local em uma viatura da PM e levaram como reféns os três policiais: o sargento Nascimento, o soldado J.Gomes e o soldado Cristiano. As vítimas foram liberadas em Laranjeiras de Abdias. Os bandidos fugiram pelo canavial.

De acordo com informações da polícia, a viatura com rastreador facilitou a localização do veículo. Um rádio HT também teria auxiliado as vítimas a acionarem a polícia. O sargento Nascimento foi baleado com um tiro na perna durante o tiroteio e, depois de ter sido liberado pelos bandidos teria sido socorrido para o hospital Walfredo Gurgel, o soldado Cristiano foi ferido com um tiro de raspão no rosto. Após ter sido medicado no Hospital Maternidade Lavosier Maia seguiu com outros PMs em diligências para capturar os criminosos. Já o soldado J. Fernandes permaneceu parte da tarde no ambulatório do hospital em Monte Alegre. Ele apareceu na porta e disse que não queria falar com a imprensa.

Um familiar afirmou que o soldado estava psicologicamente abalado e que a mulher da vítima também passou mal depois de saber que o marido havia sido feito refém. Após ter sido medicado, enfermeiros disseram que o soldado estava com a pressão alta, 15 por 11. O Gol utilizado pelos bandidos foi periciado por funcionários do Instituto Técnico-Cientifico de Polícia (Itep) no final da tarde. Várias marcas de tiros foram encontradas no carro.

Um outro veículo que estava estacionado próximo ao local do tiroteio foi atingido por um disparo. No vidro da parte de trás do Celta prata de placas HLB/ 8328 de Belo Horizonte (MG) era possível ver que o tiro foi de uma arma de grosso calibre. Apesar do horário em que ocorreu o tiroteio, nenhum pedestre foi atingido por bala perdida.

Uma multidão se aglomerou no centro da cidade para ver a movimentação da polícia e os estrago feito pelos criminosos. A avenida João de Paiva, principal via do município (onde ocorreu o tiroteio) ficou interditada por causa da ação dos bandidos.

O tenente Carlos Farias informou à reportagem da Tribuna do Norte que o carro forte que seria roubado pelos bandidos teria parado em uma rua próxima do local do tiroteio e ao perceber que iria ocorrer um assalto, o condutor do carro forte não seguiu para a agência bancária (que fica localizada na mesma rua onde ocorreu a ação dos criminosos). “O carro forte voltou para Natal. Não sei o carro forte iria abastecer o banco ou se iria retirar o dinheiro da agência”, detalhou o policial.
FONTE-TN