A direção e os agentes penitenciários da Penitenciária Estadual de Alcaçuz evitaram duas fugas nos últimos dois dias. Em uma delas, os presos fizeram buracos interligando cinco celas vizinhas, e cavaram um túnel que já tinha seis metros de comprimento, na direção do muro. Na outra tentativa de fuga, uma grade foi serrada em outro pavilhão, o que permitiria que vários presos escapassem.

Porém, após um trabalho de investigação nas dependências da unidade prisional, as fugas foram abortadas. A primeira tentativa foi descoberta na manhã da última segunda-feira, no pavilhão 4.

A outra foi descoberta ontem de manhã, no pavilhão 3. Oito detentos foram autuados depois de assumirem a liderança nos movimentos.

Segundo o diretor do presídio, Ailson Dantas, o pessoal da administração já vinha desconfiando há algum tempo dos presos do pavilhão 4. Não era em vão. Após um trabalho de inteligência foi descoberta a verdadeira obra de engenharia que os detentos haviam empreendido. Vários buracos de diferentes tamanhos já estavam feitos e quilos de areia escondidos nos banheiros das celas.

“Eles começaram jogando a areia nos vasos sanitários e dando descarga. Com o aumento do volume, passaram a esconder nos banheiros”, disse o diretor. Por pouco, o túnel cavado a partir da cela 6 não alcançou o muro do presídio. Mas o que impressionou os agentes foi a interligação feita pelos detentos, permitindo que presos de outras celas tivessem acesso ao túnel.

O primeiro buraco foi feito na parede da cela 2, para a 3. Depois, um outro foi feito da cela 3 para a 4, e assim por diante. Com isso, 41 detentos poderiam fugir, caso a fuga tivesse êxito. “Faltou pouco para que eles conseguissem. Felizmente nós descobrimos antes e impedimos mais uma tentativa de fuga”, disse Ailson Dantas.

Os presos responsabilizados pelo túnel foram autuados na delegacia de Nísia Floresta. E enquanto os agentes cuidavam ainda dos problemas causados pela deterioração no pavilhão 4, precisaram cuidar da fuga planejada para o pavilhão 3, desbaratada ontem.

No pavilhão 3, os presos serraram as grades da cela conhecida como “gaiola”, usada para aqueles que estão em período de observação. Lá estavam 50 presos e o plano era escapar e correr em direção ao muro. Sobre ele os detentos jogariam cordas feitas com lençóis. E desta forma, ganhariam a liberdade. Uma vez os agentes descobriram a ação e a fuga foi abortada.

FONTE - www.tribunadonorte.com.br