O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski esteve na manhã deste sábado (28) na Escola Municipal Yaya Paiva em Nísia Floresta, região metropolitana da capital. O ministro conferiu de perto o funcionamento do sistema que permite a identificação do eleitor (na hora do voto), por meio das impressões digitais – o leitor biométrico. Além de Nísia Floresta, outros dez municípios no Rio Grande do Norte, nas próximas eleições, já estarão utilizando o sistema. Alexandria, Pilões, João Dias, Caraúbas, Macau, Guamaré, Pedro Avelino, São José de Mipibu, São Fernandes e Timbauba dos Batistas.

Dos 2.246.691 eleitores que o Rio Grande do Norte possui 107 mil estarão, pela primeira vez, utilizando as urnas eletrônicas com leitor biométrico.

Nísia Floresta é um dos 60 municípios brasileiros que compõem as localidades onde o leitor biométrico estará sendo colocado em prática. Segundo Lewandowski, isso significa um avanço para as eleições do país. “É um sistema pioneiro. Esperamos que em 2017, quando o Brasil terá mais de 150 milhões de eleitores toda a federação já esteja utilizando este novo método de votar”.

Otimista, o ministro enfocou que o sistema não possui falhas e que a biométrica apresenta um avanço bastante significativo para a votação brasileira. “Este ano por força de lei ainda será necessário que o eleitor apresente a documentação pessoal, no momento do voto”.

Questionado sobre os investimentos realizados para que as urnas eletrônicas com leitor biométrico fossem aplicadas nos 60 municípios, Lewandowski disse que ainda não sabe precisar quanto já foi gasto, mas que o sistema é pioneiro e que o resto do mundo já começa a ver com “bons olhos” o mecanismo utilizado no Brasil, assim como ocorreu com as urnas eletrônicas.

O ministro enfatizou que a população tem recebido muito bem a novidade. “Facilita a eleição. É bem mais rápida, além da segurança. O método não possibilita erros ou fraudes”. E para comprovar o que disse, ele mesmo quis fazer um teste. Foi até a urna eletrônica e testou o equipamento com o leitor biométrico. O tempo para votação não durou sequer um minuto.

Tranquilo e satisfeito com os resultados terminou a entrevista elogiando a escola. “Está muito limpa e organizada. Até dá vontade de estudar novamente”.

Já o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do RN, desembargador Expedido Ferreira de Souza afirmou que o Estado foi escolhido para aplicar, durante as eleições, o leitor biométrico porque está à frente de várias outras regiões. “O Rio Grande do Norte foi escolhido porque o TRE foi o que mais avançou na biométrica. No caso das urnas eletrônicas, por exemplo, o mundo todo já conheceu e verificou que o método é um sucesso”.

O desembargador lembrou ainda da exportação quanto às urnas eletrônicas: “Estamos exportando tecnologia para o mundo. Isso é pura evolução”.

Baixinho, de cabelos grisalhos e com vontade de ajudar o Brasil a crescer, o aposentado Luiz Bezerra da Trindade de 71 anos estava presente na simulação dos votos e foi o primeiro a provar que o sistema é mesmo eficiente. “Eu achei fácil e muito rápido. Gostei bastante. Aprovei”.

A leitora biométrico nada mais é do que colocar o dedo polegar em uma máquina que lê as impressões digitais do eleitor. Automaticamente, o sistema verifica se Luiz Bezerra é mesmo Luiz Bezerra, ou seja, não é passível de um eleitor votar pelo outro, o que seria impossível ocorrer.

A simulação que ocorreu em Nísia Floresta encerra os testes de identificação e votação realizados pelos tribunais regionais eleitorais. Por sugestão do Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais Regionais Eleitorais testaram o sistema que será utilizado no pleito de outubro para dirimir quaisquer dúvidas.

Nas localidades onde o método será aplicado o eleitor deverá, independente da identificação biométrica, comparecer à cabine de votação com o título de eleitor e um documento oficial (carteira de identidade, de motorista, reservista ou de trabalho ). A determinação foi inserida na Lei das Eleições (9.504/1997).
FONTE-TN